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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ex-fazenda nazista é parcialmente demolida

Governo registra boletim de ocorrência; intenção de destruir instalações no interior foi noticiada pelo ‘Estado’ em abril
14 de agosto de 2012 | 22h 30

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,ex-fazenda-nazista-e-parcialmente-demolida,916544,0.htm

(...)

"Orfanato. Simpatizantes de Adolf Hitler, que ascendeu ao poder na Alemanha em 1933, os donos da propriedade trouxeram 50 meninos de um orfanato carioca para viver e trabalhar na fazenda. Os garotos tiveram os nomes trocados por números e eram obrigados a participar de ritos nazistas, além de receber castigos físicos e trabalhar em troca de roupa e comida."

"Em 1937, após a instalação do Estado Novo por Getúlio Vargas, as crianças foram libertadas e as marcas do nazismo no local terminaram apagadas. Nos anos 1960, a fazenda foi adquirida pelo alemão Amdt Von Bohlen und Halbach como local de férias para a família."

"Os tijolos com a suástica só foram notados duas décadas depois, quando o ex-proprietário José Antonio Rosa Maciel descobriu o material quando demolia uma granja de porcos."


terça-feira, 7 de junho de 2011

Estréia se aproxima!















23 de Julho de 2011, à 20h00, no Teatro Elis Regina. Noite de tríplice estréia: além de "Em potencial", os curtas "No meio do caminho" e "A coisa aí fora tá feia" (os três, filmes da Corja Filmes).


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Editando

Há um momento na edição que cortes e montagens não mais cabem para uma cena. Porém, há um incômodo nela; não, não é bem um incômodo.

Um material de qualidade proporciona diversas opções de cortes. Tem sido assim, e mérito de todos os envolvidos no filme. Os dois diretores/editores, um dirigindo, outro editando fequentemente se espantam pela abundância de possibilidades, e o trabalho redunda em satisfação, criação, novas idéias, acréscimos de caminhos. Finito, mas multiforme imitação diálogando com o mistério no real.

Bem verdade, que essa é a proposta do projeto - quase que eu digo natureza, mas termo, espere. Nenhuma das possibilidades fora da concepção fílmica. Muitas opções, e existem as vezes que todas entram de uma vez, mas noutras, uma singularidade mostra-se mais necessária.

Só que ainda, há uma cena que boa, incomoda. Incomoda não se sabe em que, mesmo que a perícia na edição levante outras possibilidades posteriores aquelas no originar primeiro. Mas que por pouco não tornam-se condições de contorno de um desavisado legalismo, intruso.

Há um momento, que bom se fosse assim com todos os filmes, que eles são mais vivos que simulacros. Há uma organicidade do pulso fílmico. O incômodo, é porque o projeto é incômodo (também); é a peculiaridade dele em sua fala por si mesmo. Não se deve mais cortar nem montar a cena, e é o filme que(m) agora define isso para si. A mímese da vida, se configura em um viver, não só em algo que referencia a vida. O paradoxo de algo que vive.

Tormento por um período, seja porque não há mais soluções, ou porque elas são variadas, é bom cessar ação um pouco, e lidar com a natureza do filme. Cortes e montagens vitalizaram o filme, e essa passou a ser sua natureza. A hora em que os criadores são emparelhados pelas suas obras, ao menos em um aspecto que permite bem mais do que analogia.

sábado, 21 de agosto de 2010

Still - fotos: Thiago Flausino





























ELENCO

Caio Zanuto . Juliana Arapiraca . Maria Fernanda Loverra . Danielle Cristine dos Santos . Aila Rodrigues . Eric de Oliveira . Val Mataverni . Ivone Pegorin . Luana Teixeira

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O golem

de Jorge Luis Borges

Se (como afirma o grego no Cratilo)
O nome é arquétipo da coisa,
Nas letras de “rosas” está a rosa,
E todo o Nilo na palavra “Nilo”.

E, feitos de consoantes e vogais,
haverá um terrível Nome, que a essência
cifra de Deus e que a onipotência,
protege em letras, em sílabas perfeitas.

Adão e as estrelas souberam
no Jardim. A corrosão do pecado
(dizem os Cabalistas) tem apagado
e as gerações o perderam.

Os artifícios e a pureza do homem
não têm fim. Sabemos que houve um dia
em que o povo de Deus buscava o Nome
nas vigílias da Alfama.

Não à maneira de outras que uma vaga
sombra insinua na vaga história,
ainda está verde e viva a memória,
de Judá Leon, que era rabino em Praga.

Sedento de saber o que Deus sabe,
Judá León se deu a permutações
de letras e a complexas variações
E ao fim pronunciou o Nome que é a Chave,

A Porta, o Eco, o Hóspede, e o Palácio,
sobre um boneco que com torpes mãos
lavrou, para ensiná-lo os arcanos
das letras, do Tempo e do Espaço.

O simulacro alçou as sonolentas
pálpebras e viu formas e cores
que não entendeu, perdidos em rumores
e ensaiou temerosos movimentos.

Gradualmente se viu (como nós vimos)
aprisionado nessa rede sonora
de Antes, Depois, Ontem, Durante, Agora,
Direita, Esquerda, Eu, tu, Aqueles, Outros.

(O cabalista que oficiou de numem
a vasta criatura alcunhada de Golem;
estas verdades as refere Scholem
em um douto lugar de seu volume).

O rabí lhe explicava o universo
“Este é meu pé; este é o seu, esta a soga,”
E logrou, depois de anos, que a perversa
barreira bem ou mal a sinagoaga.

Talvez houve um erro na grafia
ou na articulação do Sacro Nome;
Apesar de tão alta feitiçaria,
Não aprendeu a falar o aprendiz dehomem.

Seus olhos, menos de homem que de cachorro
e farto menos de cachorro que de coisa
Seguiam o rabí pela duvidosa
penumbra das pedras do encerro.

Algo anormal e Tosco houve no Golem,
Já que a seu passo o gato do rabino
se escondia. (Esse gato não está em Scholem
mas, através do tempo, o adivinho).

Elevando a seu Deus mãos filiais,
As devoções de seu Deus copiava,
Ou, estúpido e sorridente, se cavava
em concaves zalemas orientais.

O rabí o via com ternura
e com algum horror. “Como (ele disse)
eu pude engendrar este penoso filho
e a inação deixei, que é a cordura?”

“Por que dei em agregar à infinita
série um símbolo mais? Para a vã
meada que no eterno se enovela,
dei outra causa, outro efeito e outra mágoa?”

Na hora da angústia e da luz vaga,
em seu Golem os olhos detinha.
Quem nos dirá as coisas que sentia
Deus ao ver seu rabino em Praga?

***

Surgiu essa semana durante os ensaios, sem participar em nenhum momento da concepção do projeto - acredito eu; mas se participou, gracias Borges.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Uma vontade de cinema

História, memória e época, não são a vida por quem viveu, mas a vida mediante um retrato de alguém, que ainda que particpante, não viveu integralmente o momento (porque há sempre algo além de um no momento) - o retrato não reconstitui a vida que passou. Leve escândalo, por achar que a afirmação despreza a imaginação, talvez. Mas a imaginação não é sempre mimética (?).

Uma vontade exploratória que cabe ao cinema, percebe que intenções fazem mais uso da narrativa conforme propósitos diversos do retratar. A história que temos por oficial, é freqüentemente uso narrativo dos fatos (como o cinema é também no uso da vida, que também contém fatos), mas a história no retrato e na relação dele com o espectador ativo permite verificar intenções de quem narra. Características, sentimentos e expressões fazem parte do que se encena, mas "Em potencial" está em busca do que há além disso, e além, nisso, afirmando um limite intransponível: o verdadeiro homem, de todo, desconhecido até do próprio, é inacessível – e não existe de fato o coração romântico nas coisas, ideal. Pela superfície identificar o que é subterrâneo e subcutâneo - pois isso não é função só do e de um cinema.

A história é um índício da vida. A memória contém a vida imitada, mas só expressa pode deixar de ser privativa individual, e aí referenciar vida. A época foi/é a vida referenciada por uma série de tempo. Um filme pode assumir isso.

Pode também, pela busca humana no passado, por outros recursos além dos citados, identificar, cogitar, imaginar (pronto, chegou o momento). Por exemplo, o que a política nos dá sobre o humano passado? Política, não é só a esfera superior do governo, mas o relacional que demandou um outro. Em extremidade, uns, e na outra, quais os outros?

J.M. outro morador da Vila Mussolini, confirma a informação da Prefeitura, dizendo que lembra da abertura das ruas do bairro na década de 20. E tudo leva a crer que, de fato, a Vila Mussolini foi loteada nesta época e que o loteador pretendeu homenagear o então já ditador Benito Mussolini, líder fascista italiano. - "São Bernardo, seus bairros, sua gente" - Ademir Médici

Entre as cenas resgatadas pelo "Museu de Rua" estão a visita do presidente Getúlio Vargas à São Bernardo, em 1943; (...) - http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns/pqt_container_r01.asp?srcpg=noticia_completa&ref=3356&qt1=0

terça-feira, 22 de junho de 2010

Emanuel Levinas

“O Outro metafísico é outro de uma alteridade que não é formal, de uma alteridade que não é um simples inverso da identidade, nem de uma alteridade feita de resistência ao Mesmo, mas de uma alteridade anterior a toda a iniciativa, a todo o imperialismo do Mesmo; outro de uma alteridade que não limita o Mesmo, porque nesse caso o Outro não seria rigorosamente Outro: pela comunidade da fronteira, seria, dentro do sistema, ainda o Mesmo. O absolutamente Outro é Outrem; não faz número comigo. A coletividade em que eu digo ‘tu’ ou ‘nós’ não é um plural de ‘eu’. Eu, tu, não são indivíduos de um conceito comum.”

“O modo como o Outro se apresenta, ultrapassando a idéia do Outro em mim, chamamo-lo, de fato, rosto. Esta maneira não consiste em figurar como tema sob o meu olhar, em expor-se como um conjunto de qualidades que formam uma imagem. O rosto de Outrem destrói em cada instante e ultrapassa a imagem plástica que ele me deixa, a idéia à minha medida e à medida do seu ideatum – a idéia adequada. Não se manifesta por essas qualidades, mas kath’autó. Exprime-se.”

“Totalidade e infinito”, Levinas, E.
Trad. José Pinto Ribeiro. Lisboa: Edições 70, 1988, p.26 e p. 38).

Equipe

DIREÇÃO E ROTEIRO Angelo Szamszoryk PRODUÇÃO EXECUTIVA E DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Aline Pegorin e Juliana Robin PRODUÇÃO DE SET Edson Costa e Irina Serrano ASSISTENTE DE PRODUÇÃO João Marcelo Hidalgo ASSISTENTE DE DIREÇÃO Ariel Bravo e Vébis Júnior CONTINUÍSTA Andréia Iseki CONSULTOR DE ELENCO Guga Batocco TÉCNICA DE SOM Kátia Quartarollo ASSISTENTE DE SOM David Szamszoryk DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA Daniel Szamszoryk ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA Thiago Favero CÂMERA Carolina Jarzinski ELETRICISTA Rubens Viana MAQUINISTA Bruno Reinoldes STILL Thiago flausino MAKING-OF Oubi Inaê Kibuko DIREÇÃO DE ARTE Cris Amorim ASSITENTES DE ARTE Elaine Paiva, Tatiana Queiroz, Igor Carcará EDIÇÃO André Gomes PÓS-PRODUÇÃO DE SOM Rubens Viana COLORIZAÇÃO E FINALIZAÇÃO André Gomes

Sinopse

São Bernardo do Campo/Santo André. Nos anos que compreendem o período pouco anterior ao da II Grande Guerra e segue até alguns anos após seu término, Donato concebe que a ida dos homens ao combate facilitará seus assassinatos de vítimas femininas. De início ansioso de vitimações seriais, e segundo ideal de que as pessoas em potencial são algozes ou vítimas, Donato evita de ir para as trincheiras a fim de incorrer na almejada prática algoz, que ele julga predominar em si. Conforme faz vítimas parece a Donato elas vão tomando lugar em sua subjetividade, como apropriações sobre a vida alheia. Na prática, no entanto, as apropriações consistem em extensões de sua psique, em constante diálogo consigo mesmo. Entre algoz e vítima, extremos que se tocam e se afetam, o ponto de contato é a face. Surpresa é algo que Donato procura cristalizar nos rostos de quem mata, como auto-glorificação de seu potencial algoz, mas a face supresa nas vítimas é algo que acima de tudo lhe fascina. A Guerra, porém, findará, e algo já não será mais o mesmo. Alguém notará o que trafega entre outros extremos?

Média-metragem

Conforme a Instrução Normativa 22, anexo I da ANCINE - Agência Nacional de Cinema, Média-Metragem é definição dada para filmes com duração entre 15 e 70 minutos.