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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Editando

Há um momento na edição que cortes e montagens não mais cabem para uma cena. Porém, há um incômodo nela; não, não é bem um incômodo.

Um material de qualidade proporciona diversas opções de cortes. Tem sido assim, e mérito de todos os envolvidos no filme. Os dois diretores/editores, um dirigindo, outro editando fequentemente se espantam pela abundância de possibilidades, e o trabalho redunda em satisfação, criação, novas idéias, acréscimos de caminhos. Finito, mas multiforme imitação diálogando com o mistério no real.

Bem verdade, que essa é a proposta do projeto - quase que eu digo natureza, mas termo, espere. Nenhuma das possibilidades fora da concepção fílmica. Muitas opções, e existem as vezes que todas entram de uma vez, mas noutras, uma singularidade mostra-se mais necessária.

Só que ainda, há uma cena que boa, incomoda. Incomoda não se sabe em que, mesmo que a perícia na edição levante outras possibilidades posteriores aquelas no originar primeiro. Mas que por pouco não tornam-se condições de contorno de um desavisado legalismo, intruso.

Há um momento, que bom se fosse assim com todos os filmes, que eles são mais vivos que simulacros. Há uma organicidade do pulso fílmico. O incômodo, é porque o projeto é incômodo (também); é a peculiaridade dele em sua fala por si mesmo. Não se deve mais cortar nem montar a cena, e é o filme que(m) agora define isso para si. A mímese da vida, se configura em um viver, não só em algo que referencia a vida. O paradoxo de algo que vive.

Tormento por um período, seja porque não há mais soluções, ou porque elas são variadas, é bom cessar ação um pouco, e lidar com a natureza do filme. Cortes e montagens vitalizaram o filme, e essa passou a ser sua natureza. A hora em que os criadores são emparelhados pelas suas obras, ao menos em um aspecto que permite bem mais do que analogia.

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